Por muito tempo achei que o pessimismo era uma espécie de
abrigo perfeito para livrar-nos da decepção. Talvez não uma decepção no sentido
estrito do vocábulo, mas da espera constante que o ser humano tende a ter do “mais”.
Tendi a achar que pessoas extremamente felizes e agradecidas
eram chatas - de fato as que o fazem forçadamente são – e que não havia
explicação para tal comportamento, afinal está sempre tudo ruim, tudo
desmoronando, tudo tendendo ao pior por todos os lados.
Achei também, na minha desproposital ingenuidade, que talvez
um mal humor diário pudesse deter um lado protetivo e desconectado de fatos/coisas/pessoas
que me causassem sequer um ínfimo incômodo.
Venho dizer que esqueça. Esqueça tudo que pensei, esqueça
tudo o que achou até agora e reflita. O que há de ruim em se abrir? O que há de
mal em escolher sorrir ao invés de manter uma rotina reclamante e pesada? A
resposta já imprimo antes de tal reflexão: não há nada.
Mas o mesmo comodismo ou medo que nos fez distanciar de
determinadas sensações nos leva a pensar o contrário. Quer saber, volto a
dizer: es-que-ça. “Proteja-se quem puder” uma ova!
Bizarro o que acontece em nossas vidas quando nos voltamos
para nós mesmos numa simples reflexão e nos deparamos com o quanto há pra
agradecer, o quanto há pra estar bem, o quanto há pra sorrir e nos deliciar com
pequenos momentos que, antiteticamente, se mostram efêmeros porém eternos.
Presta atenção nessa rotina, presta atenção nessa tua vida.
Achegue-se as pessoas agora, deixa fluir o que, a muito tempo, há guardado aí
neste momento. A vida é um sopro e não falo do novo documentário sobre a vida e
obra de Niemeyer. Reparei que nos esquecemos que tais clichês podem ter
bastante utilidade. Tratando de toda essa efemeridade, posso afirmar que o que
reverbera são os sentimentos verdadeiros, sejam ruins ou bons.
Vai lá, experimenta dirigir sua atenção a tais coisas, vai!
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